De guerrilheira a candidata à sucessão

terça-feira, 18 de maio de 2010 |

Nascida em Uberaba, Minas Gerais, em 14 de dezembro de 1947, Dilma Vana Rousseff é filha do engenheiro e poeta búlgaro Pétar Russév (naturalizado brasileiro como Pedro Rousseff) e da professora brasileira Dilma Jane Silva.

Ao ingressar com 16 anos no Colégio Estadual Central, com ensino público, deu os primeiros passos como simpatizante na Organização Revolucionária Marxista - Política Operária, conhecida como Polop, organização de esquerda contrária à linha do PCB (Partido Comunista Brasileiro), formada por estudantes simpáticos ao pensamento de Rosa Luxemburgo e Leon Trotsky.

Em 1967, estudante da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Dilma passou a militar no Colina (Comando de Libertação Nacional), organização que defendia a luta armada. Na época, o comportamento de passar de um grupo político a outro, era comum nos movimentos de esquerda que atuavam durante o período da ditadura, iniciada com o Golpe de 1964.

Dois anos mais tarde, passou a viver na clandestinidade, período no qual Dilma usa vários codinomes para não ser encontrada pelas forças de repressão aos opositores do regime. No mesmo ano, o Colina e a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) se unem, formando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Em julho, a VAR-Palmares rouba o "cofre do Adhemar", que pertenceu ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros. A ação ocorreu no Rio de Janeiro e teria rendido à guerrilha US$ 2,4 milhões. Apesar de Dilma ter negado participar dessa operação, mas há quem afirme que ela teria, pelo menos, ajudado a planejar o assalto.

Em setembro de 1969, a VAR-Palmares sofre um racha. Volta a existir a VPR. Dilma escolhe permanecer na VAR-Palmares - e ainda teria organizado três ações de roubo de armas no Rio de Janeiro, sempre em unidades do Exército.

Presa em 16 de janeiro de 1970, em São Paulo, o promotor militar responsável pela acusação a qualificou de "papisa da subversão". Fica detida na Oban (Operação Bandeirantes), onde é torturada. Depois, é enviada ao Dops. Condenada em três Estados, em 1973 está livre, depois de ter conseguido redução de pena no STM (Superior Tribunal Militar).

Depois que o governo militar concedeu anistia política a todos os envolvidos nos anos de chumbo da ditadura, filia-se ao Partido Democrático Brasileiro (PDT).


Fonte: Folha de S. Paulo, El País.
Foto: Flickr, do Yahoo.
Nathália de Alcantara

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